E que se façam as ideias

E que se façam as ideias

sábado, 24 de setembro de 2011

Maktub

"Apesar de às vezes as lágrimas surgirem, o importante é ser feliz"


Gostaria de iniciar este post com esta frase que me veio à mente há poucos segundos atrás. Ser triste, descontente e/ou etc, na realidade é o que pouco inporta. Nós, seres humanos, infelizmente, somos dotados de instabilidades emocionais. Sempre quando obtivemos um "status" de felicidade, logo em seguida ficamos tristes, pois, o que almejávamos para tal status já foi adquirido e logo seus níveis de contentamento começarão a decrescer. Agora eu levanto a seguinte questão: "o que é necessário par se ser feliz?". Antes de mais nada gostaria de deixar bem claro que eu não estou deprimida nem infeliz, só estou questionando os porquês da vida. Na realidade, me sinto bem leve comigo própria. Mas você já parou para se realizar tais perguntas? Pense nisso ;-)



Transferindo o foco do assunto

É engraçado e sádico ver que nós somente existimos perante aos outros. Uma pessoa não seria considerada bonita se não houvesse uma pessoa feia e etc. Sempre somos forçados a conviver em grupos que nos moldam e nos exibem o padrão de conduta que é requisitado pela atual sociedade em que vivemos. Agora eu entro na questão de "até que ponto eu sou eu?". "Até que ponto eu posso ser eu?". Se desde que nascemos nos são impostos valores, condutas, crenças e até uma língua. Nós, na realidade, somente somos personagens que mantêm as regras e a sociedade vivas. Estranho, ? Eu sempre cresci de maneira "sozinha" (não é no sentido literal da palavra!). Sou filha única, cresci brincando com Barbie sozinha, tudo bem que eu sempre brincava no play, mas a "solidão" já é algo natural para mim. Eu aprendi a não ter medo de realizar as coisas sozinhas e nem ao menos esperar por alguém que a concretize por mim. Eu não tive irmão mais velho para brigar por mim e para mim na minha infância! XD Aonde eu estou querendo chegar com este papo furado todo é que às vezes, quando eu estou com algum problema ou até mesmo triste, eu prefiro me isolar e dar um tempo para mim, já que só existimos perante aos olhos de outrém. Nestes momentos eu prefiro ouvir a voz do silêncio e me lembrar que meu coração bate para me manter viva e eu só consigo fazer isso quando estou sozinha, pois eu acredito que me isolando eu me lembro que existo.




"(...)E Alá foi sábio com o homem. E assim lhe deu dois olhos, dois ouvidos e somente uma boca, tornado-o assim, a estrutura perfeita de Seu reflexo..."



Interpretação de RUBENS, Izabela.

-Uma passagem lida do Alcorão-

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Daniel

Nova fase, nova vida - mais uma vez! Emprego novo, chances novas; recomeço, renascença; talvez seja uma chance que a vida está lhe concedendo para não cometer os mesmos erros do passado. Mas realmente há alguma maneira de não errar por mais "experiência" que você tenha? Duvido muito que esta resposta seja um sim.


Estou muito feliz com o meu emprego na Air France/KLM, foi algo em que eu realmente não esperava. Confesso que ainda estou estranhando muito a vida de trabalhador de carteira assinada, foi-se embora os dias que eu não queria trabalhar e não ia trabalhar!


Mas vamos direto ao ponto: eu já sei por quais caminhos eu irei me enveredar. Nunca foi segredo para mim o meu jeito workahollic de ser. Até assumo que gosto disso: trabalhar muito + não ter tempo para nada + dinheiro no banco = não perder tempo fazendo e pensando besteiras. Mas até que ponto isto é benéfico para mim? O tempo passa e a sensação que tenho às vezes é que eu não vivo, fico em standby aguardando os anos passarem. Solidão nunca foi problema para mim, a partir do momento em que não tenho tempo para constatar que estou de fato sozinha. Ao contrário, até gosto de ouvir o silêncio e sentir a paz revigorante que isto me traz. Mas será que daqui há 5, 10 ou 15 anos eu vou analisar esta mesma situação e dizer que "sim, eu fui feliz?". Cada dia que passa eu me isolo ainda mais de mim mesma, parece até que algo me diz "não vale a pena gastar o seu tempo com saídas, namoro e etc". Time is money!


Eu não quero envelhecer sozinha, mas eu também não quero ser uma mulher submissa que deixou de se realizar profissionalmente. É tão difícil ser mulher, todos os dias eu me digo isso! A sensação que eu tenho é que eu sempre tenho que provar que sou melhor que os homens em todos os sentidos e mostrar que é indiferente a presença deles. E, ao mesmo tempo, cuidar da estética, para que todos vejam o quão biônica você é.


Talvez isso tudo seja um surto ou uma indagação minha sobre a atual realidade social que a minha sociedade me impõe. A questão é "será que estas coisas que eu julgo tão preciosas agora se manterão neste status daqui a alguns anos?". E será que eu cairei na desgraça de me dizer "você não deveria ter trabalhado tanto, olha como e aonde você está hoje!".


"When I run in the dark, Daniel
to a place that's worse
under a sheet of a rain in my heart, Daniel
I dream of home..."