E que se façam as ideias

E que se façam as ideias

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Daniel

Nova fase, nova vida - mais uma vez! Emprego novo, chances novas; recomeço, renascença; talvez seja uma chance que a vida está lhe concedendo para não cometer os mesmos erros do passado. Mas realmente há alguma maneira de não errar por mais "experiência" que você tenha? Duvido muito que esta resposta seja um sim.


Estou muito feliz com o meu emprego na Air France/KLM, foi algo em que eu realmente não esperava. Confesso que ainda estou estranhando muito a vida de trabalhador de carteira assinada, foi-se embora os dias que eu não queria trabalhar e não ia trabalhar!


Mas vamos direto ao ponto: eu já sei por quais caminhos eu irei me enveredar. Nunca foi segredo para mim o meu jeito workahollic de ser. Até assumo que gosto disso: trabalhar muito + não ter tempo para nada + dinheiro no banco = não perder tempo fazendo e pensando besteiras. Mas até que ponto isto é benéfico para mim? O tempo passa e a sensação que tenho às vezes é que eu não vivo, fico em standby aguardando os anos passarem. Solidão nunca foi problema para mim, a partir do momento em que não tenho tempo para constatar que estou de fato sozinha. Ao contrário, até gosto de ouvir o silêncio e sentir a paz revigorante que isto me traz. Mas será que daqui há 5, 10 ou 15 anos eu vou analisar esta mesma situação e dizer que "sim, eu fui feliz?". Cada dia que passa eu me isolo ainda mais de mim mesma, parece até que algo me diz "não vale a pena gastar o seu tempo com saídas, namoro e etc". Time is money!


Eu não quero envelhecer sozinha, mas eu também não quero ser uma mulher submissa que deixou de se realizar profissionalmente. É tão difícil ser mulher, todos os dias eu me digo isso! A sensação que eu tenho é que eu sempre tenho que provar que sou melhor que os homens em todos os sentidos e mostrar que é indiferente a presença deles. E, ao mesmo tempo, cuidar da estética, para que todos vejam o quão biônica você é.


Talvez isso tudo seja um surto ou uma indagação minha sobre a atual realidade social que a minha sociedade me impõe. A questão é "será que estas coisas que eu julgo tão preciosas agora se manterão neste status daqui a alguns anos?". E será que eu cairei na desgraça de me dizer "você não deveria ter trabalhado tanto, olha como e aonde você está hoje!".


"When I run in the dark, Daniel
to a place that's worse
under a sheet of a rain in my heart, Daniel
I dream of home..."