E que se façam as ideias

E que se façam as ideias

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Losing touch

"Console me in my darkest hour, convince me that the truth is always grey, caress me in your velvet chair, conceal me from the ghost you cast away..."
Nesse exato momento me encontro ligeiramente assustada e sem maturidade mental para lidar com essa situação. A música acima não poderia ter descrito as minhas indeciões e o meu ceticismo de melhor forma. Após 4 meses de témino de trabalho escravo na estimada e respeitável Marinha do Brasil, descubro que uma de minhas colegas de trabalho está grávida. O impressionante de tudo não é o fato da gravidez em si, mas sim, que a última vez que eu a vi, ela não estava com aquele barrigão e, o que sempre me vem à cabeça, que isso poderia ter ocorrido comigo. Por mais que digam que hoje em dia só engravida quem quer, não acredito em generalizações, inda mais no caso dela. Não entrarei em detalhes porque isso não compete a mim e muito menos admitirei que alguém a julgue ou venha de preconceitos para cima dela. A conclusão que eu tirei disso tudo é bem simples: to ficando velha. Parecia que era ontem, eu com o meu uniformezinho azul indo para a escolinha da Tia Teteca...e o tempo passou. Agora eu estou aqui, prestes a completar 20 anos, sendo chamada de tia pelas minhas priminhas, to velha mesmo.
"...I ain't in no hurry, you go run and tell your friends, I'm losing touch, fill their heads with rumors of impending doom, it must be true..."
Não tenho medo de envelhecer e muito menos padecer das dores e das responsabilidades que a idade possa a vir me trazer. A minha única apreensão é deixar o tempo passar e não viver as coisas nas horas e que elas devem ser vividas, olhar para trás e me arrepender de coisas que não deveria ter feito e ter inveja das lembranças de meus amigos. Podem me chamar de inconsequênte, de néscio, de revoltada e de inúmeras coisas que se eu fosse relatar iria estourar o meu post, mas a única coisa que eu tenho a dizer a todas essas pessoas que pensam isso de mim é: só lamento. Não tenho culpa de enquanto você fica em casa, assistindo Malhação ou Gossip Girl, eu tenha a coragem de ir a fundo, mundo a dentro, sem medo de me ferir e nem de arriscar, descobrindo a vida, o mundo e todas as coisas boas e ruins que essa falsa liberdade e irresponsabilidade possa vir a me trazer e, principalmente, eu não tenho medo e nem vergonha de ser quem eu sou.
"...of how you got lost, but you made your way back home, you sold your soul like a Roman Vagabond..."